Ainda no embalo do clássico entre Palmeiras e Corinthians pelo 2º turno do Campeonato Brasileiro de 2012 (calma que não falarei do resultado do jogo!), a coluna vai falar sobre o filme O Casamento de Romeu e Julieta (2005), de Bruno Barreto e que foi baseado no livro “Palmeiras, um caso de amor”, de Mário Prata.
Será que um homem seria capaz de torcer pelo maior rival do seu time somente para conquistar a família do amor de sua vida? Confesso que isso seria bem complicado para mim. Adotaria outra estratégia. Enfim, o personagem Romeu (Marco Ricca), líder da torcida do Corinthians, não vendo outra saída, se fez torcedor fanático do Palmeiras para conquistar Julieta (Luana Piovani) e Alfredo Baragatti (Luiz Gustavo), pai da moça que é palmeirense doente e até conselheiro do clube.
Não bastando o novo desafio, o rapaz também terá que lidar com seu filho Zilinho (Leonardo Miggiorin) e sua avó Nenzica (Berta Zemmel), corintianos de corpo e alma que descobrem a farsa e praticamente o exclui da família. A partir daí só é possível o quão grande que é a rivalidade entre Palmeiras e Corinthians.
O fato de imaginar a situação constrangedora de cantar o hino e vestir a camisa inimiga em dia de jogo contra o próprio o time é o que já torna o longa engraçado. A atuação de Luiz Gustavo também é um show a parte.
Torcedor do São Paulo na vida real, o ator soube encarnar um palestrino (o primeiro nome do Palmeiras foi Palestra Itália) legítimo e tipicamente italiano. Aliás, Marco Ricca e Luana Pivoni também tiveram que passar pela tal situação citada acima, já que torcem para Palmeiras e São Paulo na realidade.
E o tom de brincadeira é o que comanda e ganha o espectador. Uma das melhores cenas é justamente a que Romeu confessa ao sogro seu verdadeiro time, no avião que traz os alviverdes de volta da derrota do Mundial Interclubes, para o Manchester United, da Inglaterra, no Japão. É gargalhada do início ao fim.
O Casamento de Romeu e Julieta é um filme que deve ser assistido sem a paixão clubística. Isso vale, principalmente, para os são-paulinos e os santistas, que não veem nenhuma citação sobre o Tricolor e o Peixe ao longo da trama. Não se trata de uma história sobre os times de futebol, especificamente, e, sim, de uma comédia que sabe ser divertida e acerta em cheio ao abordar o esporte mais amado do Brasil.
Matéria de Pedro Tritto