Depois de uma negociação longa que virou o principal assunto no futebol brasileiro no último mês, o torcedor são-paulino não para de comemorar a contratação de Paulo Henrique Ganso, ex-jogador do Santos, que chega ao Morumbi para ser o meia armador, posição que já foi de Raí, Kaká, Pedro Rocha, entre outros, e que está carente desde a saída de Danilo, hoje no Corinthians, em 2006.
A exaltação dos tricolores é evidente, que, para se ter uma ideia, mais de 40 mil pessoas (40.457 pagantes) compareceram ao Cícero de Pompeu de Toledo, no último domingo (23 de setembro), para receber o novo camisa 8, na vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro. Estou falando deste caso, pois, para mim, ficou evidente a dificuldade que é comprar jogadores de grande nível e montar uma equipe competitiva.
Um dos melhores filmes que trata sobre este assunto é O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball), de 2011, dirigido por Benett Miller (Capote), que traz Brad Pitt (Sr. e Sra. Smith) no papel principal. Apesar de tratar de beisebol, um esporte totalmente distinto do futebol, ele é super feliz na descrição do processo da montagem de um time.
Baseado em uma história real, o longa relata a trajetória de Billy Beane (Pitt), diretor do Oakland Athletics que precisa montar uma nova equipe após perder seus principais atletas. Com pouco dinheiro em caixa, ele e Peter Brand (Jonah Hill) desenvolvem um programa de estatística baseado na característica e no rendimento dos jogadores disponíveis no mercado.
Mesmo contrariado pelos outros gestores do clube, Beane não larga sua convicção e vê os A’s saírem de 11 derrotas seguidas para conquistarem 20 vitórias consecutivas, maior recorde da história da modalidade. O programa desenvolvido ainda foi a base para o Boston Red Sox, em 2004, encerrarem o jejum de 86 anos sem ganhar o título da “World Series”.
O fato de o beisebol ser pouco conhecido no Brasil, cansativo e matemático, O Homem que Mudou o Jogo pode cair no conceito das pessoas. No entanto, esse preconceito deve ser quebrado, pois o filme ultrapassa o esporte, mostrando o drama de um clube, considerado de pequeno porte, em ter de montar um time de primeiro nível com um investimento financeiro extremamente baixo.
Não sei se esse programa desenvolvido por Beane cabe também ao futebol, pois se trata de uma modalidade bem diferente do beisebol, mas acho que o longa pode servir de apoio para qualquer gestor esportivo, afinal, quem não quer economizar os gastos e, ao mesmo tempo, montar um time campeão?
Matéria de Pedro Tritto