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Coletiva de Quincas Berro D’Água
Por Diego Estrella

No último dia 3 de maio, ocorreu no Caesar Business a coletiva para o lançamento do filme Quincas Berro D’Água, que contou com a participação do diretor Sérgio Machado, do elenco, do diretor de arte, Adrian Cooper e do compositor da trilha sonora, Beto Villares. Os membros do elenco presentes foram a trupe principal do enredo, Paulo José (Quincas), Flávio Bauraqui (Pastinha), Irandhir Santos (Cabo Martim), Luis Miranda (Pé de Vento) e Frank Menezes (Curió). A conversa com os jornalistas foi marcada por um tom informal, com inúmeras brincadeiras entre o elenco e o diretor.

De início, Sérgio Machado explicou que sua relação com Jorge Amado existe desde o começo de sua carreira, quando o escritor o apresentou a Walter Salles, com quem o diretor trabalha até hoje. O livro A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água é, segundo ele, o melhor livro do escritor. “O tema central é a morte, mas [o filme] fala o tempo todo da vida”, explicou. E essa idéia foi reforçada depois por Frank Menezes, ao falar que o filme é uma homenagem à amizade e à vida. A amizade, aliás, estava também fora das câmeras. Para cada declaração, sempre havia uma interrupção, principalmente de Paulo José, roubando a cenas com um comentário bem humorado, e que logo se transformava uma conversa entre amigos lembrando bons momentos. Resultado de um grupo que passou dois meses se preparando para gravar.

Sobre a ambientação Sérgio disse que a idéia era fazer um filme que se passasse nos anos 50, mas com a linguagem cinematográfica atual, complementado por Adrian Cooper, que afirmou que Salvador continua como era há cinco décadas. Os detalhes na elaboração do filme foram meticulosos. Sérgio afirmou que a toda a produção levou dois anos, e lembra que determinadas cenas, como a do barco na tempestade, levaram meses até serem terminadas. O perfeccionismo do diretor, aliás, foi além. Ele chegou a fazer 500 páginas de anotações com detalhes como a tampinha de garrafa que o Cabo Martim usa como medalha, um detalhe que passa praticamente despercebido ao público.

Sobre a música, Beto Villares deixou claro que não tiveram intenção de se prender a ritmos baianos ou da época da história, apesar da música parecer vinda de um circo. Eles chegaram a pedir para os músicos desafinarem um pouco, para ajudar no tom cômico, meio patético. Machado lembrou diversos os ritmos usados: maracatu, reggae, sambarock, até mambo. Nenhum ritmo tipicamente baiano, porém. Villares lembra que não havia intenção de se prender à época e ao local em que estavam.

Apesar do resultado final ser cômico, o diretor afirmou que o humor veio de cenas intensas e dramáticas, do desencontro entre o ridículo da situação e a seriedade com que os personagens era interpretados. Paulo José comparou-os com o vagabundo de Chaplin. Para ele, os personagens eram sujos, suados, mas agem de maneira fina, aristocrata. E esse limiar entre o ridículo e o sério foi um desafio para Frank Menezes, com uma carreira longa como humorista, interpretando um personagem vestido de palhaço, mas triste.

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Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.