Doces, cenários coloridos, uma atmosfera infantil e letras provocantes. Essa é a nova musa da garotada: Katy Perry. Part of Me que será lançado amanhã só prova isso. Boa parte da projeção prestei mais atenção nas meninas do fã clube da cantora, do que própriamente no filme.

Fiz uma série de questionamentos antes de começar escrever essa crítica, pois do filme mesmo não tenho muito o que discutir. Em resumo ele repete o que foi feito há alguns anos com Justin Bieber no filme-documentário Never say Never e no ano passado com a série Glee. Depoimentos de fãs e uma linguarem de documentário predominam grande parte da projeção.

Uma imagem de boa moça, trabalhadora, esforçada e com pais religiosos é a nova moldagem que estão dando para Katy Perry. Cenas variadas com gravações caseiras também fazem parte com conteúdo. Um destaque feliz do filme são as cenas da cantora no show em São Paulo, onde horas antes seu marido a pediu em divórcio, e as cenas com sua avó que se mostra um pouco confusa às escolhas da neta.

Enfim, é um filme que vai agradar bastente aos fãs da moça.

Entre um número e musical e outro, o que me chamou atenção foi o frenesi que os fãs faziam na sala. Ficava muito visível quem estava ali por obrigação (os jornalistas) e quem foi convidado por gostar. Vi reações de chouro, gritos e aplausos. Realmente tem crianças que gostam de seu trabalho. Mesmo porque, se considerarmos a montagem cenográfica de seus shows, facilmente confundiríamos com um cenário do show da Xuxa na década de 80.

Antes de terminar só gostaria de abrir um parênteses. Ser adolescente hoje é tão difícil como parece ser nos depoimentos mostrados no filme?Juro, fiquei relembrando minha adolescencia e tentei entender o porque existe uma legião de fãs do gênero musical teen que vestem uma carapuça de sofredores bullying. O mundo mudou tanto assim nos últimos 10 anos? Enfim… fecha parênteses.

A carreira meteórica de Katy Perry só está no começo. Pelo que percebo da animada cantora adolescente, ela irá continuar na estrada por muitos anos, pois mostra amar muito o que faz. Se depender da reação de seus fãs, salas de cinemas e shows continuarão lotados enquanto a espontaneidade e excentricidade de seu trabalho permanecer na mídia.


 

Author: RS

Diretor de Arte em publicidade, crítico de cinema e um dos fundadores do site Plugou. Entusiasta em adaptações de quadrinhos para cinema, Beatles e de séries de TV.