O Ditador (The Dictator), filme que repete pela terceira vez a parceria entre Sacha Baron Cohen, como protagonista, e Larry Charles, diretor. Assim como Em Brüno e Borat, o filme narra a chegada de um ser “estranho” aos Estados Unidos e encontra uma cultura envolvida pelo capitalismo, que contrasta totalmente com seus princípios e conhecimento de mundo.

Na história Sacha vive o ditador excêntrigo e egocentrico Almirante-general Aladeen, que é o grande lider de Wadiya. Em visita aos Estados Unidos, onde foi obrigado pela ONU a explicar seus testes nucleares, ele acaba sendo vítima de seu tio Tamir (Ben Kingsley) que almeja tomar o poder, mas ao invés de morto, acaba sendo barbeado e substituído por um sósia. Sozinho na grande metrópole, Aladeen cacaba conhecendo a jovem vegetariana Brooklyn (Anna Faris) que lhe ajuda a retomar o poder em seu país.

Dentre os três filmes realizados pela dupla (Sacha e Larry), O Ditador é realmente o melhor por já estar integrado e assumido como uma comédia pastelão. Diferentemente de Brüno e Borat, o filme abandona aquela roupagem de “pegadinhas” e se assume realmente como uma comédia. O grande triunfo desse tipo de produção é que você já vai ao cinema sabendo o que esperar. Assim como os filmes nacionais de Renato Aragão, onde o personagem Didi tem aquele modelo já estipulado dentro da comédia, Sacha a cada filme constrói sua imagem como humorista descompromissado dentro de Hollywood.

Mesmo querendo deixar o tema crítico e políco bastante em evidência, O Ditador apenas lhe faz rir, e com piadas realmente boas, e claro, muitas delas ofensivas. Durante o filme me peguei pensando sobre os caminhos que as comédias estão se encaminhando. Apesar de um mundo políticamnete correto, ainda há espaço para malícias e acidez no humor norte americano. Certamente algumas piadas existentes no filme sendo feitas em programas abertos no Brasil iriam gerar polêmicas e processos aos montes.

Infelizmente o que o filme peca é em inovação, pois a fórmula “diferenças de mundos” acaba sendo um repeteco, fazendo com que o filme seja apenas mais um capítulo na parceria entre os envolvidos, mas isso não é um fator que se faz desgostar do filme.

Falar das atuações seria até mesmo desrespeitoso à carreira de alguns atores do elenco, pois ninguém estava ali buscando uma atuação digna de um  ator profissional, o objetivo é tirar gargalhadas com traços caricatos e exagerados de seus personagens, e isso todos fizeram muito bem.

O Ditador é um filme bom, quando se trata do gênero comédia escrachada. Não inova, mas também não decepciona os fãs do gênero. É um ótimo divertimento para se ver quando buscar descontração.

Author: RS

Diretor de Arte em publicidade, crítico de cinema e um dos fundadores do site Plugou. Entusiasta em adaptações de quadrinhos para cinema, Beatles e de séries de TV.