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Um dos maiores espetáculos está terminando sua temporada aqui em São Paulo. “Avenida Q“, de Charles Möeller & Claudio Botelho, conta com humor a história de Princeton, um jovem recém-formado em Nova York, que projeta viver na Avenida A (onde vivem os ricos), mas acaba se mudando para a Avenida Q, com pouco dinheiro e cheio de sonhos. Lá, ele passa a conviver com os vizinhos que parecem ser agradáveis: Brian, o comediante desempregado e sua noiva, a terapeuta Japaneuza; Rod, o bancário conservador; Trekkie, o viciado em internet; Kate, uma graciosa professora-assistente; a fogosa Lucy De Vassa; além dos ursinhos do mal, a Dona Coisa Ruim e o superintendente do edifício, um ex-celebridade mirim. Todos tentam encontrar trabalho, romance e uma finalidade para suas vidas.

Mas o que isso tem a ver com a Disney? Tudo. Pois o que poucos sabem é que tanto a versão brasileira como a versão norte-americana temos a presença de ex-atores da Disney no elenco. Isso mesmo, no elenco norte-americano o ator Johnny Tartaglia, do seriado infantil “Johnny e as Fadas“, interpretava o protagonista Princeton e na temporada brasileira o ator Mauricio Xavier, que apresentava o Playhouse Disney em 2007, vive um ex-celebridade mirim, Gary Coleman. Uma incrível coincidência, de ambos terem sido astros do canal Playhouse Disney, dando vida agora aos personagens de uma peça para adultos.

Você leu certo sim, a peça apresenta bonecos interagindo com os atores, mas é uma peça para adultos, ou você vai querer levar seu filho para ver uma cena de sexo ao vivo entre os fofos bonequinhos? O grande sucesso de Avenida Q” é que o lugar não existe, mas pode ser em qualquer lugar do mundo, pois você vai se identificar com as histórias de vidas dos moradores e vai com certeza colocar a mão na consciência e pensar um pouco em todas as lições que eles tem a te ensinar.

Com cinco indicações (melhor direção, atuação feminina, atuação masculina, iluminação e categoria especial, pela versão da trilha sonora) ao Prêmio Shell na temporada carioca no início do ano, o espetáculo estreou em São Paulo no dia 15 de agosto, no Teatro Procópio Ferreira e tem apenas mais duas semanas em cartaz, sendo sua última chance de conferir essa história.


Desde que estreou no circuito off-Broadway, em 2003, o musical “Avenida Q” (Avenue Q) chamou a atenção pela irreverência e pela inusitada mescla entre personagens humanos e bonecos em cena, o que o destaca e transforma em um dos melhores musicais para muitas pessoas. O formato, bem-sucedido, levou o espetáculo ao Golden Theater e à conquista de três prêmios Tony – melhor musical, melhor música original e melhor libreto. E motivou Charles Möeller e Claudio Botelho a realizarem a versão brasileira da montagem.

Com adaptação e direção de Möeller e Botelho, o musical cumpre temporada com sessões de quinta a domingo e se destaca pelo excelente elenco nacional, pois os atores consegue dar alma aos bonecos enquanto cantam, dançam e interpretam. Dezesseis bonecos vindos diretamente dos Estados Unidos, desenhados e confeccionados por Rick Lyon, dividem o palco com oito atores: André Dias, Renato Rabelo, Sabrina Korgut, Fred Silveira, Claudia Netto, Mauricio Xavier, Renata Ricci e Gustavo Klein. “Queríamos reunir um primeiro time dos musicais e costumo dizer que selecionei um elenco kamikaze, de pessoas com uma dedicação integral ao projeto, que envolve canto, dança e ainda a manipulação de bonecos, o que exige um esforço quase sobre-humano”, resume Charles Möeller.

A produção nacional é da Bottega D’Arte – Dalva Abrantes, Marcos Amazonas e Marcos Mendonça. O patrocínio é do Grupo Santander Brasil. Por esta característica, “Avenida Q” pode remeter à primeira vista ao lúdico dos programas célebres como “Vila Sésamo” e “Muppet Show”, fontes de inspiração declarada pelos criadores Robert Lopez e Jeff Marx. Mas a ousadia na abordagem de temas polêmicos, em canções como “Se Você For Gay” e “Todo Mundo é Meio Racista” deixa claro que se trata de um musical para adultos.

Acho corajoso montar, em tempos tão politicamente corretos, um espetáculo que não tem medo de ser politicamente incorreto e de mexer com tabus como racismo, homossexualidade, sempre com muito humor e ironia. A peça discute temas profundos de uma maneira muito leve”, diz Möeller.

Baseado na idéia original de Lopez e Marx, o espetáculo “Avenida Q” não existe, mas é um lugar onde todos podem se reconhecer, pois traz uma realidade universal. “Mantivemos a ação na Nova York original, mas foram feitas diversas adaptações e aproximações com o universo brasileiro, incluídas aí liberdades poéticas com a nossa política, geografia, termos nacionais e etc. Nossa história se passa então lá mesmo, num canto menos valorizado do Village, mas poderia perfeitamente rolar em qualquer recanto do Rio ou São Paulo”, conta Claudio Botelho.

Além das versões de Botelho para o texto e as canções, a montagem nacional também conta com os cenários de Rogério Falcão, os figurinos de Mareu Nitschke e a iluminação de Paulo César Medeiros. Os ensaios tem a supervisão de Zé Clayton. A direção musical é assinada por Marcelo Castro, que conta com a banda formada por Zaida Valentim (teclado/regência), Heberth Souza (teclado), André Marques Porto (guitarra/banjo/violão), Gustavo Ramanzini (bateria), Rodrigo Oliveira (contrabaixo elétrico e acústico) e Ederson Marques (sax/flauta/clarinete) para manter o clima pop rock do original.

Avenida Q é uma peça de atores, não só de bonecos. Tanto que André Dias e Sabrina Korgut receberam indicações ao Prêmio Shell, pois conseguem usar o recurso da manipulação dos bonecos para criar uma ligação com a plateia e discutir assuntos sérios de uma forma irreverente”, afirma Marcos Amazonas. Sobre a produção da montagem no Brasil, Marcos Mendonça complementa: “Trata-se de um espetáculo premiado na Broadway, de vitoriosa carreira no Golden Theater e montado, com o mesmo sucesso, também em Londres. Realizá-lo no Brasil é um desafio que tem nos dado muita satisfação”.

SERVIÇO
Local: Teatro Procópio Ferreira
Endereço: Rua Augusta, 2.823 – Cerqueira César – São Paulo.
Dias e Horários: Quinta a sábado, às 21h; e domingo, às 19h.
Ingressos: www.ingressorapido.com.br e bilheteria.
Preços: Quinta: R$ 70; Sexta e Domingo: R$ 80; Sábado: R$ 90 (com meia-entrada)
Duração: 2h20 com intervalo de 15 min.
Capacidade: 671 lugares. Classificação: 14 anos.

EQUIPE DE CRIAÇÃO:
Música e Letras Robert Lopez e Jeff Marx
Texto Jeff Whitty
Baseado em uma idéia original de Robert Lopez e Jeff Marx
Bonecos (concepção e desenho) Rick Lyon
Versão brasileira Claudio Botelho
Direção Charles Möeller
Direção Musical Marcelo Castro

ELENCO:
André Dias (Princeton / Rod)
Renato Rabelo (Brian)
Sabrina Korgut (Kate Monstra / Lucy de Vassa)
Fred Silveira (Nicky / Trekkie Monstro)
Claudia Netto (Japaneusa)
Mauricio Xavier (Gary Coleman)
Renata Ricci (Dona Coisa Ruim / Ursinha do Mal)
Gustavo Klein (Recém-Chegado / Ursinho do Mal)

MÚSICOS:
Zaida Valentim (teclado/regência)
Heberth Souza (teclado)
André Marques Porto (guitarra/banjo/violão)
Gustavo Ramanzini (bateria)
Rodrigo Oliveira (contrabaixo elétrico e acústico)
Ederson Marques (sax/flauta/clarinete)

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.