A divulgação dos três nomes finalistas do mascote da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, gerou diversas discussões e críticas, principalmente da imprensa. O Comitê Organizador Local da Fifa (COL) escolheu o tatu-bola como animal representante do Mundial e seu nome será Amijubi (mistura de amizade com júbilo), Fuleco (futebol com ecologia) ou Zuzeco (azul com amizade e júbilo).

Confesso que não sou adepto a nenhuma dessas opções, mas sem perder o clima da Copa a coluna vai falar de uma das mais histórias impressionantes que o torneio presenciou em suas 19 edições.

Na Copa do Mundo de 1950, também realizada no Brasil, houve um jogo que entrou para história como a maior zebra de todos os Mundiais. Não, não estou falando de Brasil e Uruguai, no Maracanã, em que a celeste venceu por 2 a 1 e calou o país. A partida que me refiro aconteceu em 29 de junho, em Belo Horizonte, no Estádio Independência, que é do time América-MG, entre Inglaterra e Estados Unidos.

Foi um duelo digno de “Davi contra Golias”, já que se tratava de uma equipe profissional, extremamente experiente, do país criador do futebol jogando contra uma praticamente amadora, sem experiência em grandes campeonatos e que foi formada dias antes da viagem para o Brasil.

Os americanos venceram por 1 a 0, gol de Joe Gaetjens, um haitiano lavador de pratos e que se naturalizou especialmente para atuar no Mundial. Os Estados Unidos ainda fizeram mais dois jogos contra a Espanha, mas perderam por 3 a 1 e 5 a 2. No entanto, essas derrotas não tiraram o orgulho dos jogadores, que voltaram ao seu país como heróis.

Em 2003, o “milagre de BH” chegou ao cinema e foi contada no filme Duelo de Campeões (The game of their lifes), dirigido por David Anspaugh (O Jogo da Verdade), com Gerard Butler (Verdade nua e Crua), Patrick Stewart (X-Men) e Wes Bentley (Beleza Americana) no elenco.

O longa relata o processo da formação do time que embarcou para o Brasil. Sendo atletas amadores de um esporte novo para os Estados Unidos, o goleiro Frank Borghi (Butler) e o meia Walter Bahr (Bentley) precisam unir e convencer os atletas que é possível fazer um belo papel na principal competição futebolística.

É uma narrativa pouco complexa, mas que faz questão de instigar a paixão das pessoas pelo jogo. O elenco é de primeira, com grandes atuações de Butler, Bentley e também de Stewart, que faz o narrador da trama, um jornalista que cobria os jogos da cidade e que pagou a própria passagem de avião para poder cobrir a Copa.

Gravado no Brasil e com boas cenas da partida decisiva, “Momentos Decisivos” reforça a principal magia do futebol, que é acontecer o inesperado, ver algo impossível virar possível. Sem dúvida um dos melhores filmes sobre o esporte do povo brasileiro.

Matéria de Pedro Tritto