Você ainda pode não reconhecer ela por seu nome, mas claro, que você já ouviu a sua voz. Atriz, dubladora, compositora e cantora, Jullie é sem dúvida nenhuma um dos grandes nomes de 2010.

Só esse ano, ela teve uma de suas canções presente na trilha sonora de “Malhação”, foi voz das protagonistas de “StarStruck: Meu Namorado é uma Super Estrela”, “Boa Sorte, Charlie!” e “Tinker Bell e o Resgate da Fada”, cantou com Joe Jonas, da banda Jonas Brothers, num dueto em “Camp Rock 2: The Final Jam”, gravou a segunda temporada de “Quando Toca o Sino”, onde contracenou ao lado de Demi Lovato e fará o show de abertura de Emily Osment, no Rio. E olha que o ano ainda não acabou.

Lançado pela Deckdisc, em 2009, o Planeta Disney destaca hoje o primeiro CD de Jullie, chamado “Hey!”, que apresenta a sua cara, voz e as canções. Jullie assina a maioria das faixas, contando com parceiros como o produtor Paulo Ivanovitch e o músico Gothic Vox. Outra jovem artista, a paraense Liah (dos hits “Desperdiçou”, gravado por Sandy & Junior, e “Poesia e Paixão”), contribui com três baladas na mesma veia pop. O repertório se completa com “Alice”, versão de “Misfit (All You Girls)”, sucesso da inglesinha Amy Studt, que soa como refrescante grito de independência.

Juliana Vasconcelos Póvoas ou apenas Jullie, ela não entrou nessa para ser fantoche ou viver fantasias alheias. “Nunca na minha carreira cantei algo que eu gostasse tanto”, avalia, ao revisar o CD. Não é pouca coisa, considerando que a jovem nascida em Vila Velha (ES) encara platéias desde os quatro anos. Numa idade em que o xixi na cama ainda costuma ser questão essencial, ela já tinha decidido o que faria da vida: pediu à mãe para cantar no Parque Moscoso, no centro de Vitória (ES), e começou a desenhar sua trajetória.

A etiqueta não fica incômoda para a artista: “Acho que fiz um disco bem feminino mesmo, de uma mulher que diz o quer e o que sente – e, se preciso, bota o dedo na cara”. A própria “Alice” abre o disco colando um chiclete rebelde na escrivaninha e no desktop de nossa memória: “Eu não quero mais tentar entrar pra esse mundo vazio (…) Não gostou, eu não ligo/ Eu sou quem eu sou”.

Aos cinco anos, Jullie era estrelinha de comerciais e programas da afiliada local da Band. Modelo, apresentadora, “repórter” e, acima de tudo, cantora, aos 12 anos passou a ter o talento aproveitado em rede nacional, em programas como “Xuxa Park”, “Gente Inocente” e “Criança Esperança”. Sempre com o apoio incondicional dos pais, sem pressão.

Eu tive amigos na escola, brinquei como uma menina normal. Mas não era muito de descer para o playground ou a rua: sempre fui mais o tipo estudiosa. Nunca a moleca, que jogava bola e dormia direto na casa das amigas”, recorda. A palavra que associa imediatamente à experiência como profissional mirim é “disciplina”. Mas uma disciplina autoimposta, movida por vocação que sempre se apresentou essencialmente como paixão.

Em 2004, ela passou no teste para viver a personagem de Juliana Paes durante a adolescência no filme “Mais Uma Vez Amor”, de Rosane Svartman. Teve a atuação elogiada, seguiu investindo em cursos de interpretação, e ganhou papéis em “Malhação” e “Floribella”. Não conseguiu, porém, ficar longe da música. Justamente quando se envolvia com bandas de rock, flertando até com sons pesados, surgiu o convite para gravar o tema da Fadinha “Tambelina” para a trilha do “Sítio do Pica-pau Amarelo” – como Juliana Vasconcelos.

Jullie surgiu como o nome profissional dos trabalhos com dublagem. Ao atuar em filmes e séries como “Suberbad – É hoje”, “Gossip Girl”, “Phineas anda Ferb”, “Bolt: Superação”, “Tiker Bell – Uma aventura no Mundo das Fadas” e “Barbie e o Castelo de Diamante”, ela pôde soltar a voz e conciliar canto e interpretação. Enquanto isso tramou e destramou algumas vezes este disco de estréia, preocupada em traduzir direitinho a si mesma. “Outro dia fiquei pensando: se não conseguir com este disco, o que vou fazer da minha vida?” Não é drama de menina-moça, é ansiedade de quem sabe o que quer e não vê volta em seu – já longo – caminho. O gosto musical de Jullie passa pelos internacionais Katy Perry, Paramore, The Veronicas, Lily Allen, Alanis Morissette, Madonna, Michael Jackson, Beatles e Jeff Buckley, com admiração sobrando também por Elis Regina e Cássia Eller.

O que não falta à  moça bonita é inspiração para baladas românticas rasgadas como “Despertar”. “’Despertar’ é um dos meus xodós do disco, compus essa música inspirada no meu filme favorito: ‘Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças’”, comenta.

Em “Hey!”, um dos bons rocks do disco, Jullie vai à forra. Provoca e se permite certa picardia na divisão dos versos: “Não sou criança, já sei/ Como se faz um neném/ Como você chorar de amor por alguém”. Mas na única canção que assina sozinha, o duplo sentido possível é o lirismo de quem já conhece Joni Mitchell e não está brincando de casinha: “Nua” é obra de quem é independente, paga as próprias contas e faz seu caminho. Muito prazer, esta é Jullie.

capa Jullie

SINOPSE: “Hey!” é um trabalho com a cara, a voz e as canções de Jullie. Ela assina a maioria das faixas, contando com parceiros como o produtor Paulo Ivanovitch e o músico Gothic Vox. Outra jovem artista, a paraense Liah (dos hits “Desperdiçou”, gravado por Sandy & Junior, e “Poesia e Paixão”), contribui com três baladas na mesma veia pop. O repertório se completa com “Alice”, versão de “Misfit (All You Girls)”, sucesso da inglesinha Amy Studt, que soa como refrescante grito de independência.

FAIXAS DO CD:
01. Alice
02. Deixa
03. Despertar
04. Hey!
05. O Elo
06. Por você
07. Amor Insano
08. Roteiro Sem Final
09. Nem Um Segundo
10. Nua
11. Na Hora H

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.