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CRÍTICA: “A PRINCESA E O SAPO”
Por Léo Francisco

Após cinco anos sem produzir longas-metragens de animação tradicional, feitos à mão, a Walt Disney Animation Studios lança nos cinemas “A Princesa e o Sapo”, 49º longa-metragem de animação do estúdio, que destaca-se de outros animados não só pela técnica, que consagrou a Disney como o maior estúdio de animação, mas provando que os contos de fadas românticos ainda estão na moda, se forem contados de um modo moderno e atual.

Dirigido pela dupla de veteranos Ron Clements e John Musker, que já fizeram juntos longas como O Ratinho Detetive (The Great Mouse Detective), A Pequena Sereia (The Little Mermaid), Aladdin (Aladdin), Hércules (Hercules) e Planeta do Tesouro (Treasure Planet), o longa é inspirado na fábula, O Príncipe Sapo, dos irmãos Grimm, mas, como sempre, o estúdio apresentou uma adaptação diferente da obra original cheia de magia.

A Princesa e o Sapo” traz a primeira princesa afroamericana dos estúdios Disney, e mesmo parecendo uma princesa tradicional, Tiana (voz de Anika Noni Rose na versão original e Kacau Gomes na versão brasileira) é uma jovem atraente, independente, esforçada e que não acredita em contos de fadas. Ela vive na lindíssima cidade de Nova Orleans, década de 20, um local repleto de aventura, romance, magia e muita música. Sem tempo para romances, seu maior sonho é ter um restaurante bem sucedido, mas mesmo trabalhando muito ela vê seu maior desejo cada vez mais distante. Até que um dia, ela conhece o mimado, irresponsável e indolente príncipe Naveen (Bruno Campos original; e Rodrigo Lombardi na versão brasileira), do reino distante da Maldonia, mas ele está um pouco diferente, pois foi transformado num sapo por um feiticeiro vudu, chamado Dr. Facilier (Keith David na versão original; e Sergio Fortuna na versão brasileira), que fez um pacto com os seres do outro lado para conseguir roubar a fortuna do príncipe – um clássico vilão da Disney.

Naveen acredita que se ganhar um beijo de uma princesa, igual nos contos de fadas, vai conseguir recuperar a sua forma humana, mas ele não contava que ao beijar Tiana, ela também seria transformada num anfíbio. Para voltar ao normal, eles partem numa grande aventura pelos pântanos místicos da Louisiana, em busca de uma velha feiticeira de 197 anos de idade chamada Mama Odie (Jenifer Lewis m na versão original e dublada na versão brasileira por Selma Lopes).

Antes de chegarem até ela, eles enfrentam divertidos caçadores de sapos, numa divertida cena, que lembra e muito os clássicos cartoons no estilo “Pica Pau”, e contam com a ajuda de dois novos amigos, o apaixonado vaga-lume cajun chamado Ray (dublado originalmente por Jim Cummings e na versão nacional recebe a voz de Márcio Simões) e o divertido jacaré-trompetista chamado Louis (Michael-Leon Wooley e dublado na versão brasileira por Mauro Ramos), que tem como sonho tocar um dia com os humanos.

Mesmo com um grande número de personagens, todos eles tem um papel fundamental e até mesmo os coadjuvantes conseguem ser tão cativantes e emocionar tanto como o casal principal – o casal Ray e Evangeline, a exemplo, vai fazer muita gente sair com lágrimas nos olhos após ver o filme e a divertida Charllote, melhor amiga de Tiana, vai arrancar muitas gargalhadas durante todas as suas cenas.

Além dos personagens, as canções também tem um papel fundamental na história, coisa que não é novidade na Disney, conhecida por seus números musicais inesquecíveis. Nesse novo clássico não é diferente. Com músicas do premiado compositor Randy Newman (“Carros”, “Monstros S.A.”, “Toy Story”), a trilha sonora é viciante e as sete canções inéditas vão grudar na cabeça de quem curte um bom jazz, blues, gospel, Dixieland e até mesmo zydeco, estilos combinados pelo compositor.

Com cenários perfeitos que nos transporta para dentro da história, o que mais diferencia “A Princesa e o Sapo” de outras produções é o romantismo e o humor em parceria. Diferente de outros animados, neste há piadas ao mesmo tempo sofisticado para os pais e divertidas para as crianças, não caindo no clichê de piadas de banheiro e cheiros, uma detestável frequência em alguns filmes. Até a dublagem nacional se destaca, com uma escolha interessante de vozes, que se encaixam perfeitamente com os personagens. Uma curiosidade são as referencias a filmes de sucesso, como “Missão Impossível” e “Uma Rua Chamada Pecado”, além de vermos outros personagens e objetos de outras produções Disney aparecendo na tela como “Aladdin“, “Pinóquio“, “A Pequena Sereia“, “Cinderela“, entre outros.

Mesmo sendo sombria demais, o segundo ato acaba tendo um segmento que vai lembrar “Anastasia” (1997), longa-metragem de animação da Fox Animation Studios. Mas mesmo assim não perde seu brilho e surpreende a todos com um final que marcará as animações Disney.

A Princesa e o Sapo” merece ser assistido com toda a família e, fatalmente, vai entrar para a lista dos grandes clássicos do estúdio por conseguir usar um tipo de história já conhecida para apresentar personagens marcantes e encantadores, além de uma trilha sonora viciante e ótimos momentos de diversão, aventura e muita emoção. Um revival da pura e velha magia Disney presente em clássicos como “A Bela e a Fera”, “O Rei Leão”, “Pinóquio”, “Branca de Neve e os Sete Anões”, entre outros clássicos, que até hoje encantam e emocionam gerações e gerações.

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.