Com certeza muitas pessoas que vão ao cinema e se deparam com o cartaz de “O Guerreiro Didi e a Ninja Lili”, novo longa-metragem do Renato Aragão distribuído pela Disney no Brasil, tem o mesmo pensamento preconceituoso com o filme. A nova aposta do eterno trapalhão não surpreende em nada para quem já está acostumado com seus antigos trabalhos, já que muitas piadas e situações acabam sendo as mesmas de filmes anteriores e de seu programa dominical, mas isso não quer dizer que seja ruim.

Se passando no inicio do século XX, o longa-metragem nos apresenta Lili, uma doce meninas vivida pela filha de Renato Aragão. Quando seu pai é enviado para guerra, ela é treinada por um Mestre oriental que lhe ensina a milenar arte que deu origem aos ninjas. Com a noticia do desaparecimento de seu pai, ela é mandada para a Europa na casa de sua única parenta viva, Morgana, sua milionária tia materna, sem ela saber, seu mestre manda Didi acompanhar seus passos para protegê-la.

Como já podemos imaginar, Morgana odeia crianças pelo fato de ter sido abandonada no altar por seu noivo, Dr. Marcos, que foi atender a um parto no exato momento do casamento, e não ficará nada satisfeita com a presença da garota em sua casa. Aos poucos, Lili com seu jeito doce conquista a todos os empregados e até mesmoa tia.

Além disso, um grupo de crianças de ruas também aparece na trama. Elas são manipuladas por Jack, um rapaz mais velho que as faz roubar para conseguir dinheiro para ele. Um dos garotos, Daniel, um menino de boa índole que sempre confronta o marginal e se recusa a seguir a vida criminosa imposta por ele. Daniel encontra Lili e acabam se tornando amigos.

Em média é essa a trama principal novo filme do Didi, que em si não é ruim, uma pedida para ser assistido numa tarde na TV, sem compromisso. Tem um roteiro simples e previsível, um dos grandes problemas para mim, mas agradará em cheio a garotada. Isso mesmo, o longa-metragem acaba sendo um filme apenas para crianças, já que os adultos vão sentir que o filme é um bolo de situações já vistas em diversos outros filmes de Renato Aragão.

Vale citar que tecnicamente o filme não fica devendo em nada, já que as locações e os cenários são de muito bom gosto, e nem mesmo o elenco, tanto adulto como infantil, são ruins, claro que pelo fato de termos apenas atores da Globo, parece que estamos vendo uma novela da emissora carioca, mas isso acaba não atrapalhando, já que o elenco principal da história tem carisma para consquistar as crianças e fazem um bom trabalho.

A única parte que acaba sendo cansativa durante a sessão é o começo do filme, pelo fato de usarem efeitos especiais fracos nas lutas fantasiosas demais da garotinha Lili, que luta e ganha de vários outros ninjas mais velhos de uma vez. Isso acaba fazendo com que o filme pareça bobo, mas a partir do momento que ela chega à casa de sua tia Morgana, o filme começa a fluir bem. Quem for aos cinemas assistir a “O Guerreiro Didi e a Ninja Lili” com a cabeça aberta e sem preconceitos por ser um filme do Didi, pode até se divertir com esse filme agradável, mas não espere um grande filme.

Num geral, Renato Aragão mostra que o cinema brasileiro voltado para o público infantil ainda pode trazer material de qualidade. Tivemos durante anos um preconceito enorme com os filmes nacionais e ano após ano, vemos que tal preconceito vem acabando. Filmes produzidos no Brasil voltados para crianças temos apenas os do Didi e da Xuxa que ganham grande destaque na mídia, e enquanto ambos não tentarem sair da fórmula batida, vão continuar a pecar na história e fazendo filmes medianos para fracos.


Nota: 5,5


Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.