O diretor-geral de criação da Walt Disney Animation Studios e Pixar Animation Studios e principal consultor de criação da Walt Disney Imagineering, John Lasseter fala um pouco sobre como foi supervisionar o mais novo clássico da Walt Disney Animation Studios, “Enrolados“, que estreia hoje nos cinemas de todo o Brasil.

Premiado com dois Oscars®, John Lasseter já trabalhou como diretor de “Toy Story: Um Mundo de Aventuras” (Toy Story), “Vida de Inseto” (A Bug’s Life), “Toy Story 2” e “Carros“. Além disso, foi produtor executivo de “Monstros S.A.” (Monsters, Inc.), “Procurando Nemo” (Finding Nemo), “Os Incríveis” (The Incredibles), “WALL-E“, “Bolt: Supercão” (Bolt) e “Up: Altas Aventuras” (Up), animação aclamada pela crítica e que teve a grande honra de ser selecionado para a abertura do Festival de Cinema de Cannes de 2009, tendo vencido dois Oscars da Academia: de Melhor Longa-Metragem de Animação e Melhor Trilha Original.

Lasseter assina como produtor executivo de três recentes sucessos da Disney e Pixar. Em “A Princesa e o Sapo” (The Princess and the Frog), uma comédia musical ambientada na magnífica Nova Orleans e indicado ao Oscar® de melhor animação, “Toy Story 3“, grande sucesso de critica e o filme de animação de maior bilheteria de todos os tempos e do atual sucesso “Enrolados” (Tangled), animação Disney na qual ele comenta agora em uma entrevista divulgada pela Disney Brasil a toda a imprensa.

Planeta Disney. O que torna ENROLADOS tão especial?
John Lasseter. ENROLADOS é realmente especial. Por um lado, é um clássico Disney — só que é original e contemporâneo. ENROLADOS é recheado de personagens hilários, mas também tem muita ação e emoção. Nós queríamos criar um mundo único e uma história que evocasse a riqueza dramática das emoções dos clássicos Disney, mas que também fosse original e cômico, dando aos espectadores algo que eles nunca tinham visto antes na animação digital. Os cineastas criaram um universo que se insere no legado Disney, mas que nos transporta para um reino completamente novo.

ENROLADOS não é o que o público poderia esperar. É a nossa versão da história de Rapunzel, mas com muitos elementos novos. É uma história muito atual, muito moderna. Não se parece com nada que você já viu antes, é muito engraçada e as aventuras nesse filme são espetaculares.

PD. Por que os cineastas Byron Howard e Nathan Greno são perfeitos para dirigir este filme?
JL. Eles são dois dos jovens diretores mais talentosos que eu já vi. Têm um grande senso narrativo, mas uma das coisas que eu adoro é o senso de humor deles. E eles realmente entendem o que faz com que um filme seja um filme Disney: a emoção. Walt Disney sempre dizia: ‘Para cada gargalhada, deve haver uma lágrima’. Eles têm uma abordagem original e atual diante de algo que é tradicionalmente Disney. O filme se parece com um filme de animação Disney clássico, mas também traz a animação digital 3D, então, é, de fato, diferente de tudo o que nós já fizemos antes.

PD. Como você descreveria Rapunzel e Flynn Rider?
JL. Eu sempre digo que há três coisas que você precisa fazer para produzir um filme realmente sensacional. Você precisa contar uma história emocionante que mantenha os espectadores na beirada da poltrona, você precisa popular a sua história com personagens atraentes e inserir a história e os personagens em um mundo verossímil. Não um mundo realista, mas sim, verossímil. E ENROLADOS tem personagens fantásticos, especialmente Rapunzel e Flynn Rider. Eles vivem uma aventura inacreditável e formam uma bela dupla.

Rapunzel é uma das personagens mais especiais que já criamos. Ela é linda, mas sobretudo, ela é forte e talentosa, e realmente conduz a história. Imagine se você tivesse vivido preso num quarto durante 18 anos — ela quer sair e conhecer o mundo, e é quando embarca nessa grande aventura. Mas o cara que tira Rapunzel da torre, Flynn Rider, não é o típico herói Disney. Ele é divertido, tenso e malando, sabe, e é muito hilário. É um dos personagens mais engraçados que já animamos.

PD. Como descreveria a Mamãe Gothel enquanto vilã?
JL. Não são apenas o herói e a heroína que precisam ser atraentes — os vilões também. Eu vibro quando uma história tem um bom vilão, e ENROLADOS tem a melhor das vilãs, a Mamãe Gothel. Ela é teatral e engraçadíssima. Ela é caricata — umas das nossas melhores vilãs.

PD. Quem são alguns dos seus personagens favoritos de ENROLADOS?
JL. Muitas vezes nos longas-metragens de animação, muito se comenta sobre quem dubla as vozes dos personagens, mas alguns dos meus personagens favoritos na história da animação são aqueles que nem falam — os animais ou personagens mímicos — e nós temos dois personagens assim em ENROLADOS que realmente roubam a cena. Maximus, o cavalo, ou Max, como é chamado pelos amigos, é fantástico. Ele é como um cãozinho de estimação gigante preso no corpo de um equino. Ele é hilário, tem um arco maravilhoso na história, forja uma grande amizade com Flynn Rider e Rapunzel. Ele é um dos destaques do filme. Rapunzel tem um amigo, Pascal, que é um pequeno camaleão e um dos personagens mais originais da história da animação. Ele é cativante, muito fofo e muito engraçado; isso é uma das coisas que me deixam vibrando, porque ele só poderia ser criado na animação digital. É um cameleão que se mescla o tempo todo com o cenário, e isso é muito especial e diferente de tudo o que você já viu. É algo absolutamente único e ele é um personagem verdadeiramente memorável.

PD. Como surgiram os personagens dos brutamontes da taverna?
JL. Nós queríamos que ENROLADOS fosse realmente engraçado, e eu citaria entre os personagens mais divertidos do filme dois dos brutamontes que Rapunzel e Flynn Rider encontram na taverna. À primeira vista, são dois sujeitos horrendos e assustadores, mas que acabam sendo personagens hilários. Estão entre os personagens mais divertidos que já criamos.

PD. Como Glen Keane influenciou a história e o estilo visual de ENROLADOS?
JL. Um dos maiores animadores de toda a história Disney é esse sujeito chamado Glen Keane. Ele é, de fato, um dos artistas mais excepcionais com que eu já tive o prazer de trabalhar. Eu o conheço desde o verão de 1975. Eu tinha acabado de me formar no colegial e ia entrar para o Programa de Animação de Personagem do California Institute of the Arts. E o Glen tinha acabado de entrar para o programa de treinamento do estúdio, depois de se formar pela Cal Arts. Ele criou personagens maravilhosos — Ariel, a Fera, Aladdin, Pocahontas, Tarzan — que viverão para sempre graças ao trabalho dele. Ele fez parte da equipe de ENROLADOS desde a sua concepção e inspirou toda uma nova geração de animadores a se interessarem pela animação digital e a elevá-la a um novo patamar. A animação clássica Disney, desenhada à mão — esse estilo de animação singular deste estúdio e que nenhum outro possui – está impregnada em Glen Keane. E ele trabalhou com os animadores, com os desenhistas de personagens. E isso elevou este filme a um patamar jamais atingido por nenhum outro filme. É um perfeito clássico Disney, mas é original, atual e diferente de tudo o que você já viu.

PD. O que o público pode esperar do filme?
JL. O filme é para todo mundo. Ele é hilário. Tem as cenas de ação mais sensacionais que você já viu. A aventura toda é espetacular. É em 3D, é impressionantemente bonito e é um dos filmes mais divertidos a que eu já assisti. A exemplo dos grandes filmes de animação Disney, a sua trilha é espetacular. Os lendários compositores Disney, Alan Menken e o letrista Glenn Slater, criaram uma experiência musical fantástica que encantará os espectadores. O mais emocionante é que ENROLADOS é o 50º longa-metragem de animação do Walt Disney Animation Studios. Isso é extraordinário. Desde a produção de Branca de Neve e os Sete Anões, este estúdio nunca fechou as suas portas; o Walt Disney Animation Studios nunca deixou de produzir filmes de animação. E eu sinto o maior orgulho de ter ENROLADOS como o seu 50º lançamento.

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.