Fotos da animação “Wild Life” caem na internet

Segue abaixo a tradução das principais novidades que o capítulo sobre o animado revela, além de diversas fotos exclusivas de rascunhos e storyboards que foram revelados no livro, para a ilustração das matérias. O mais legal é ver os desenhos que não apresentam muito um visual que estamos acostumados a ver a Disney produzindo. Agradeço ao David pelo excelente achado e pela tradução do material.

Quando Roger Gould e Howard Padeiro inicialmente expuseram o conceito de “Wild Life“, entraram com portfolios rosa na sala de conferências, que continha imagens de vários personagens. “Wild Life” havia sido o primeiro longa-metragem do estúdio feito completamente por computadores: “Dinossauro” (2000) combinava gráficos de computador com tomadas e fundos de ação real. Serviria também de modelo para filmes menores e mais arriscados, que são produzidos mais rapidamente e com orçamentos menores. “Wild Life” começou como uma história Pigmaleão concebida para mostrar às crianças o que é superficial do mundo da moda e do nonsense. Mas ao longo dos meses, foi transformada em mais uma história cínica ambientada nos cenários de clubes noturnos da Big City, uma Nova York fictícia dos anos 70s, a era que David Bowie e The Velvet Underground se reuniam com o jet-setters nos clubes urbanos.

A diva controladora Kitty Glitter, e o seu gerente/ companheiro Red Pittstain lutariam contra Magda “a obsessiva proprietária do Clube Wild Life – o cenário central do glamour na Big City.” Em algumas versões da história, era a editora da revista fashion Magazizi.

Quando Magda declara “Kitty é passado” e as pessoas deixam de se interessar pela cantora, Kitty e Red planejam uma vingança. Eles encontram uma “perfeita charlatona” para se passar pela próxima super estrela – quando Magda proclama a charlatona como “A Grande Estrela“, Kitty e Rede darão nome a uma completa fraude, tirando toda a credibilidade de Magda. A charlatona que encontram, é Ella, uma elefanta do zoológico local que nasceu com capacidade de falar, cantar e dançar. Completamente ingênua e confiante “Ella é como uma criança no corpo de um adulto. Nascida ontem, tudo é novo para Ella.“.

Num esboço do início de 1999, o clímax ocorre quando Kitty sobe no cenário para ridicularizar Magda como “boa por nada”, mas isto produz uma ação selvagem em cadeia – um raio elétrico toca em Ella e milagrosamente ela pode cantar! A fraude tem um resultado oposto, porque a multidão adora Ella, a elefante cantora! Eventualmente, Ella retornaria feliz à sua vida no zoológico, enquanto Red e Kitty descobririam o amor de um pelo outro. “Se transformou em uma temática bizarra para um filme da Walt Disney Feature Animation” comenta Carolyn Soper, co-produtora de “Wild Life“. Era mais adequada para Touchstone, mais dirigida a adultos que a criança.

Os desenhistas Hans Coberta e Mitchell Bernal criaram o estilo visual do filme, utilizando cores vivas e brilhantes, gráficos angulares para sugerir a energia e a emoção da metrópole moderna. Estas imagens vívidas e estilizadas foram parcialmente inspiradas pelo trabalho do UPA Estúdio e o visual sofisticado na concepção americana e européia da metade do século. Como a história passou por numerosas mudanças, apareceram inúmeros problemas, especialmente entre as versões decadentes dos roteiros mais recentes e os requisitos para um público tradicional Disney que inclui uma grande porcentagem de crianças. Em Setembro de 2000, “Wild Life” foi cancelado. A história original de Pigmaleão havia sido mutilada para se transformar em uma história sem anjo que foi substituído sem esforço algum. Soper, continua: “Já não era uma história comovente, e sem uma história comovente não vale a pena seguir“.