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Depois de quase 23horas sem atualizações por causa de chuvas em São Paulo, que me deixaram sem internet, é com muita tristeza que venho dar a noticia do falecimento de Roy E. Disney, sobrinho de Walt Disney, que morreu na tarde de ontem. De acordo com a própria Walt Disney Co., Roy morreu vitima de um câncer no estômago, no hospital presbiteriano Hoag Memorial em Newport Beach, Califórnia. Abaixo segue uma excelente matéria divulgado por nosso parceiro, o site Animation-Animagic. Vale a pena conferir também a matéria do site D23, para os que tem inglês fluente.

Roy E. Disney, sobrinho de Walt Disney, morreu nesta quarta-feira 16 de dezembro. Ele tinha 79 anos. Conhecido por promover o espírito criativo de seu tio, Roy se envolveu em duas grandes batalhas para tirar dois presidentes da The Walt Disney Company – primeiro contra seu genro Ron Miller em 1984 (alegando péssima administração e falta de criatividade), e mais recentemente contra Michael Eisner, apoiado por ele próprio em 1984, mas muito criticado até a sua renúncia em 2005 por microgerenciamento e decisões equivocadas. Roy foi o criador da campanha Save Disney, que ajudou na troca de comando na Disney – assumindo Bob Iger – e apoiava a Pixar.

Roy estava há anos lutando contra um câncer no estômago. Morreu no Hoag Memorial Hospital Presbyterian em Newport Beach, de acordo com Clifford A. Miller, porta-voz da companhia Shamrock Holdings, empresa do próprio Roy, que investia em negócios variados que incluiam broadcasting, interesses industriais em Israel e soja. A empresa também adquiriu empresas de forma hostil – caso da Polaroid Corp (especializada em máquinas fotográficas). Seu sócio era o advogado Stanley Gold, que por muitos anos fez parte do cômite de administração da Disney na era Eisner.

Em seus primeiros 20 anos de carreira, Roy trabalhou na Disney na produção de diversos filmes sobre a natureza, incluindo “Pancho, A Dog of the Plains”, “The Owl That Din´t Give a Hoot” e o curta indicado ao Oscar, “Mysteries of the Deep”. Após a morte de Walt Disney em 1966 e de seu pai (Roy Oliver) em 1971, o sobrinho se tornou grande acionista e figura importante no cômite admnistrativo, até renunciar em 1977. Sua batalha contra Ron Miller resultado numa muito comentada racha entre os dois lados da família Disney, já que Ron era casado com a filha de Walt, Diane.

Também era conhecido, de forma maldosa, como “o sobrinho idiota”. Apesar de muitos alegarem que o rótulo era geral, Diane Disney negou ao próprio Roy (segundo o livro “Disney War”) que tenha originado da família. Ambos chegaram a conclusão de que deveria ser coisa de Card Walker, presidente da Disney antes de Ron Miller.

Com sua volta em 1984, Roy E. Disney foi responsável direto pela revitalização dos estúdios de animação Disney. Foi vice-chairman da The Walt Disney Company. Capitaneados por Jeffrey Katzenberg, os filmes da Walt Disney Feature Animation tornaram-se novamente um sucesso. Seu projeto pessoal foi a continuação do clássico filme “Fantasia” de 1940. Em “Fantasia 2000”, Disney faria história exibindo um nova versão do filme em telas I-Max. Outro projeto importante foi a conclusão do curta de animação “Destino”, iniciado por Walt Disney e Salvador Dalí.

Roy desligou-se da Disney em dezembro de 2003, após descobrir um mês antes de que o comitê de administração planejava excluir seu nome por conta da idade. Foi o estopim para a campanha Save Disney, que culminaria com o voto contrário dos acionistas ao presidente Michael Eisner. Em entrevista a revista Fortune, descreveu como reuniu os quatro filhos, sentara juntos, e concordaram que ele deveria desafiar Eisner.

Nascido em 10 de janeiro de 1930, foi filho único de Roy Oliver (irmão de Walt) e Edna Disney. Em 1955, casou-se com Patty Disney, irmã de um amigo de infância (Peter Daily). Tiveram quatro filhos: Abigail Disney, Susan M. Disney Lord, Roy Patrick Disney e Timothy J. Disney, além de 16 netos. Em 2007, divorciou-se de Patty após 52 anos de casamento. Casou-se em 2008 com a produtora Leslie DeMeuse.

Com fortuna avaliada em US$ 600 milhões, sua vida era relativamente tímida. Suas maiores posses eram um castelo na Irlanda, um jato, carros esportivos e uma paixão por barcos a vela.

Roy E. Disney, por seu rosto oval, orelhas grandes e bigode, também ajudou muitos a lembrar de Walt Disney. A aparência semelhante serviu inclusive para que Disney usasse isso a seu favor na hora de promover os parques temáticos e os filmes de animação. Se em público era bastante tímido, Roy nunca deixou de criticar fortemente quando achava que tinha algo de errado na Disney. O “sobrinho idiota” conseguiu a façanha de atrair fãs, muito apoio, e o extraordinário feito de salvar duas vezes a companhia co-fundada por seu pai Roy, e pelo tio, Walt Disney. Merecedor de grande respeito.

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.