Já se passaram 10 anos desde o primeiro filme da saga de Bourne nos cinemas. Apesar de parecer que foi ontem, o filme já tem um tempo de existência e ainda hoje é cultuado por muita gente. Não é à toa que o diretor Tony Gilroy, responsável pelo roteiro dos primeiros três filmes da franquia, quis dar sequência a trama. Infelizmente não foi muito bem sucedido na empreitada.

Dirigido e escrito por Tony Gilroy, o filme conta com um elenco de peso , que no geral é muito mal aproveitado. Além de Jeremy Renner e Rachel Weisz que são o casal protagonista, temos a volta de Edward Norton, que estava longe das telas há dois anos, Joan Allen, Scott Glenn e Albert Finney.

Não aguarde assistir a um filme intrigante que lhe deixa na espectativa de descobrir o passado e destino do personagem perdido e sem memória. O Legado Bourne se enquadra como um filme de espionagem fraco que se aproveita do nome de uma trilogia de sucesso. A história já é explicita no cartaz onde faixas pretas encobrem a imagem de Jeremy. Além de muito mal contada é propositalmente confusa onde o centro da ação não é propriamente focado nos personagens e sim na agência de espionagem secreta que busca eliminar seus agentes após um experimento mal sucedido. A exploração em mostrar que o filme faz parte dos anteriores é tão mal resolvida e explorada, que se passa despercebida dentro os diálogos cansativos que envolvem siglas e medicamentos coloridos.

Jeremy Renner é um ótimo ator, porém ele não consegue se por como um protagonista cativante como Matt Damon construiu Jason Bourne. Aaron Cross é também um agente e busca se livrar da dependência das drogas que é obrigado a tomar para se manter vivo, e com a ajuda da Dra. Marta Shearing (Rachel Weisz) partem para o oriente em busca da origem da fabricação das drogas.

Com excessivas cenas de ação, porém extremamente bem feitas, o destaque do filme fica por conta de uma cena de massacre dentro de um laboratório. A única cena que conseguimos ficar tensos dentro da sala de projeção, pois do restante não houve grandes surpresas, mesmo porque as cenas principais já estão presentes no trailer do filme.

Talvez fosse mais interessante esperar mais alguns anos e fazer de fato um reboot dos filmes do que mesmo contar essa história com um segundo personagem que passa entre o segundo e terceiro filme da trilogia original. Confuso e mal apresentado o filme deixa uma ponta solta para sua continuação. Esperamos que ele consiga se resolver a partir do próximo capítulo, pois em quesito de homenagem à uma ótima série de filmes já realizados, deixou a desejar.

Author: RS

Diretor de Arte em publicidade, crítico de cinema e um dos fundadores do site Plugou. Entusiasta em adaptações de quadrinhos para cinema, Beatles e de séries de TV.