O Vingador do Futuro
é mais um dos remakes feitos para atrair a atenção de uma nova geração que não conhece clássicos dos anos 80 e 90. Dirigido por Len Wiseman, o mesmo responsável pela série de filmes “Anjos da Noite”, conta no elenco Colin Farrell, Kate Beckinsale e Jessica Biel. O filme mantém a mesma estrutura do clássico filme de Arnold Schwarzenegger dirigido por Paul Verhoeven, porém tem a intenção de ser mais sério e tecnológico.

Na história, uma guerra química devasta quase todo o planeta, deixando-o inabitável para a sobrevivência humana. Existem apenas dois lugares onde ainda há vida, parte da Europa, que nessa nova estrutura de mundo é o centro do mundo, um local mais tecnológico e mais elitizado, e no local anteriormente conhecido como Austrália, que é conhecido no filme como a Colônia. Nesse novo cenário que o mundo se encontra, conhecemos Douglas Quaid, que mora junto com sua esposa na colônia, e é obrigado a ir todos os dias para o centro para trabalhar. Douglas, incomodado por sua rotina e situação de vida, acaba sendo atraido para a empresa “Rekall”onde compra um pacote de memórias de uma vida mais interessante que a sua. Entretanto, durante o procedimento de operação alguns erros ocorrem e faz com que Douglas venha descobrir que a vida que leva não é real, e que ele na verdade é uma outra pessoa.
A premissa do filme, de fato é interessantíssima pois faz uma analogia estremanete inteligente com os dias atuais. A Rekall apresentada no filme nada mais é que uma droga, onde pessoas cansadas de suas vidas buscam prazeres de uma vida mais clamorosa. Diferentemente do que vimos no filme de 1990, a empresa funciona em estruturas precárias, e não em uma super laboratórico tecnológico. Mostra que o serviço que é realizado chega ser clandestino. O que contradiz bastante com a série de propagandas bem produzidas e exibidas nos trens, e até mesmo com parte da divulgação do próprio filme.
O filme sabe caminhar muito bem em sua introdução e desenvolvimento. Claro que somos obrigados a eliminar nossa crença na realidade e aceitar que existe um trem que corta a Terra de um extremo ao outro passando pelo centro do planeta. Na nova versão não existe mais Marte e nem mesmo os telepatas ou os mutantes, contudo a iconica garota de programa de três seios aparece como uma homenagem ao filme clássico. Diversas outras referencias ao original são feitas, todas desnecessárias para a história, mas divertidas para quem já assistiu ao filme original trocentas vezes na sessão da tarde.

A interpretação mais séria de Farrell combina mais com um filme de proposta futurística. Não há mais caras de bocas de Schwarzenegger, eliminando o toque de humor que tem o original. Contudo, tanta seriedade e tensão no personagem o faz perder um pouco o carisma, dando lugar para um dramalhão existencial.

O grande problema do filme é sua conclusão. Apesar de mais racional que no original, ela se torna um pouco confusa e se perde nas explicações. Uma dose de explosões e cenas de ação descontrolaveis também tomam a tela, perdendo um pouco a força da história e deixando o filme no estilo Transformers de concluir. Infelizmente no diretor perdeu a chance de colocar um final mais interessante.
Dentro de suas limitações, O Vingador do Futuro não chega ser um filme ruim, claro que se espera muito mais de um remake, pois está tendo a oportunidade de contar novamente uma história que todos já conhecem. Não chega nem perto de “Matrix” e “Minority Report”, que é de fato a intenção dentro do universo apresentado, mas é uma boa diversão cinematográfica.

Author: RS

Diretor de Arte em publicidade, crítico de cinema e um dos fundadores do site Plugou. Entusiasta em adaptações de quadrinhos para cinema, Beatles e de séries de TV.