Na semana passada, poucos se lembraram, mas foi comemorado os 20 anos do lançamento original de “A Pequena Sereia”, o clássico dos estúdios Disney que deu início a uma nova era de Ouro. Para começar as comemorações do 20º aniversário do clássico, o Planeta Disney traz para vocês o artigo de um dos nossos visitantes, o Jandir Freitas Gomes, que além de fã das produções Disney adora o conto de fadas de Ariel. Se você também quiser participar da coluna “Você é o Repórter” envie matérias e artigos especiais para nosso e-mail.


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“A Pequena Sereia” 20 anos de aventuras no fundo do mar
Por: Jandir Freitas Gomes

Sempre fui fascinado pelo mar e seus mistérios, mesmo tendo nascido numa cidade bem distante do litoral. Particularmente, aprecio bastante a figura da sereia. Não é de se estranhar, dessa forma, que meu clássico Disney preferido seja “A Pequena Sereia” (1989).

A história da sereia Ariel, que luta pelo sonho de ser humana e conquistar o amor de um príncipe é ingênua, mas bem menos assustadora que o mote das lendas gregas, que retratavam as sereias como seres traiçoeiros e devoradores de homens. Tudo no clássico de 1989 (que este ano consegue a façanha de completar vinte anos bem vivo no imaginário do público) é mágico, belo, incrível. “A Pequena Sereia” acompanhou a minha infância, com toda a certeza foi o primeiro animado do estúdio a que assisti, sendo que eu nasci um ano antes de ele chegar ás telas do cinema. Quem nasceu na mesma época entende o que eu digo, gente que também acompanhou a série televisa com os personagens do filme pouco depois, pessoas que compreendem todo o encanto do mundo de Ariel.

Não é motivo de espanto, assim, que o animado tenha sido o marco de uma nova era de ouro para os estúdios Disney, com filmes da patente de “A Bela e a Fera” (1991), “Aladdin” (1992), “O Rei Leão” (1994), “Pocahontas” (1995) entre outros. Na trama de Ariel, a Disney acertou a mão ao retirar a carga trágica que marca a história original do romancista Hans Christen Andersen. Sim, pois se aquela adorável sereiazinha morresse a máxima de que devemos lutar com dignidade pelos nossos sonhos estaria destinada ao fracasso. Pode parecer exagero, mas acredito na força motora dos meios de comunicação (para o bem ou para o mal).

Além de tudo isso, o filme é de um humor irresistível, marca das produções do estúdio. Como não lembrar das trapalhadas do cômico Sebastião (finalmente um animal , amigo de princesa com voz ativa e decisiva no enredo)? É impossível não recordar o peixinho Linguado, que viraria febre na sua versão de pelúcia, dada a sua popularidade. O animado ainda é premiado com a figura rígida e ao mesmo tempo paternal, protetora do rei Tritão, a malévola e divertida vilã Úrsula e o bravo Eric. Todos esses personagens bem sacados tem a frente à força de Ariel. Talvez seja ela a primeira heroína de carne e osso da Disney, a primeira a sair finalmente daquele protótipo da princesa doce, meiga, submissa. Ariel tem aquelas duas primeiras características, mas é ousada , curiosa, não está presa a regras opressoras, sufocantes. No entanto, se mostra passional ao longo da película, “mete os pés pelas mãos” e é ingênua a acreditar que a grande inimiga de seu pai poderia ajudá-la a troco de nada. Mas, no fim vemos que suas qualidades de longe superam seus defeitos.

Como se não bastasse, a trama é marcada pela trilha sonora impecável de Alan Menken, que se superaria a cada novo clássico revelado. “A Pequena Sereia” é uma preciosidade para quem acompanhou a sua chegada e para a nova geração que recentemente a recebeu na extinta Coleção Platinum (bem aquém da sua grandiosidade, por sinal). Para se ter uma idéia do sucesso de Ariel e sua trupe, basta destacar que último filme da trilogia “A Pequena Sereia: A História de Ariel” foi o DVD mais vendido nos Estados Unidos na semana de estréia. Não é de se estranhar, portanto, que agora, vinte anos depois, a Disney esteja disposta a inaugurar mais era de ouro com o lançamento de “A Princesa e o Sapo”. Vamos aguardar, então, mas cientes de que mesmo com sucesso garantido para os novos lançamentos, a memória afetiva de milhões de fãs de animação sempre terá espaço para a história de uma sereia, que num dos números musicais mais emocionantes da Disney disse que queria fazer parte do mundo dos humanos. Mal sabia ela que nós iríamos também desejar ser parte do seu mundo.

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.